terça-feira, dezembro 16, 2008

Coisas de que não quero escrever

Olá amigos, hoje vou dedicar este post ao tópico dos assuntos dos quais não quero escrever, no passado quando quis escrever sobre algum assunto assim o fiz, hoje em contrapartida vou debruçar-me sobre o que não quero escrever, e efectivamente não escreverei sobre isso.
Poderei começar por nenhum ponto em particular como o seguinte, e daí seguir para baixo:

- as lojas de roupa com música irritante e tão mal-iluminadas que não se vê a roupa.
- as pessoas que começam o dia de trabalho por encher uma garrafa de 1,5l de água, será da ressaca, doença renal ou comportamento obsessivo-compulsivo?
- indivíduos no metro a ouvir musica no mp3 tão alto que toda a gente ouve os graves perfeitamente.
- indivíduos no metro a ouvir música pelas colunas do telémovel, a gente rude da cidade....
- os quilos de panfletos e jornais grátis(pasquins) que me tentam impingir todos os dias.
- os edifícios empresariais em que é preciso perder 20 minutos na entrada para a segurança nos deixar entrar, e em que bastou dizer que vimos da empresa xpto e rabiscar uma assinatura ininteligível.
- os lisboetas que forçam conscientemente uma voz nasalada.
- os autocarros e metros públicos projectados para acomodar pigmeus.
- a asfixiante nuvem de fumo á entrada de locais públicos, porque é proibido fumar no interior.
- tatuagens no fundo das costas
- homens que vão á aeróbica, se bem que agora lhe chamam body-combat, body-step ou spinning para não parecer efeminado.
- não haver castanhas assadas em Julho.
- não haver caracóis em Novembro.
- as mulheres só usarem calças brancas no Verão.
- as mulheres usarem uma panóplia de diferentes tshirts umas sobre as outras em que vão variando a cor e tamanho das mangas e dos decotes, porquê??? Não era mais simples vestir só uma camisola?
- a série morangos com açúcar que se prolonga ad eternum, mudam os "actores" e muda o guarda-roupa mas o guião (o ponto forte desta magnífica produção) continua igual.
- onde é que andam e que fazem nos tempos livres a chusma de imigrantes chineses residentes em Portugal?
- os portugueses que vão aqui e ali de férias, e quando voltam a única que se lembram é do que comeram por lá e do café que(geralmente) não prestava.
- o método mais eficiente de forrar com papel higiénico uma sanita quando se tem de mandar a cagada num lavabo estranho.

Bom e por agora chega, de futuro irei então voltar a escrever sobre coisas das quais quero escrever.Inte!

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Um pensamento sobre as greves

Ultimamente pôde-se assistir a greves de professores por causa da reivindicação de alguma importante questão, não sei qual seria, mas seria certamente importante para justificar 2 dias sem trabalhar pegados a um fim de semana já de de si enriquecido com um feriado na outra ponta. Além do ensino há outros sectores que periodicamente organizam greves como forma de protesto contra as políticas do actual governo. Se há coisa que detesto é mesmo conversas de política, chego a considerar tirar macacos do nariz um passatempo mais útil e agradável, por isso não receiem que isto não vai putrefazer-se numa discussão política. Imagino que estas greves algum efeito devem ter sobre o governo, daí a razão de se fazerem, no mínimo deve ser chato para o 1º ministro quando há alguma greve a decorrer pois esta greve é efectivamente uma acusação pública de incompetência ao governo, isto obviamente é incomodativo e há-de prejudicar os afazeres normais do 1º ministro.
Por isso lembrei-me, E SE o 1º ministro decidi-se que com estas greves não tinha condições para trabalhar e portanto entrava ele próprio em greve até que os professores voltassem ao trabalho? Certamente que o direito á greve está desde o 25 de Abril salvaguardado a qualquer trabalhador, pelo que não haveria nenhuma ilegalidade em o 1º ministro fazer greve, e dado que as razões apresentadas diferem em alcance e não em forma das dos professores então é perfeitamente justificável.
Obviamente se nem um nem os outros desistissem da greve então o país ficaria numa situação deplorável, sem governo e sem ensino. E claro que esta situação iria ser muito prejudicial a pessoas sem relação com o governo ou com a Fenprof, pelo que em breve outros grupos de pressão entrariam em greve como forma de protesto a esta condição. Dentro em breve todo o país estaria parado, e claro como existem inúmeras relações económicas entre Portugal e outros países a greve acabaria alastrando como um vírus ao resto do mundo civilizado. E certamente não preciso de dizer os inconvenientes em tal situação.

Isto aconteceria porque o conceito de greve está inerentemente errado:
- "se dadas condições nocivas ocorrem então tomam-se medidas para pressionar quem as pode remediar, faz-se greve"
- "fazer greve consiste fulcralmente em não trabalhar, em não fazer nada"
LOGO
- "se dadas condições ocorrem então faz-se nada"

Assim se que a figura da greve não passa de uma falácia, no entanto é tarde demais para mudar a definição do conceito. Existe a meu ver uma solução, consiste na criação num país como a China(onde não há greves!) de uma agência de consultoria governamental, á semelhança das empresas que vendem os serviços de consultores informáticos existiria uma empresa que sub-contrataria consultores para desempenhar o papel do 1º ministro quando este entrasse em greve, este consultor não teria que ser inteligente/competente bastaria-lhe ceder ás reivindicações dos professores(ou qualquer outro lobby em questão) e assim impedia-se na origem o efeito dominó de consequências globais da greve.

O homem competente

Geralmente não uso citações recentes soa demasiado a cultura popular, aliás geralmente não uso mesmo citações, faço-o para evitar cair no estilo de escrita a que chamo pré-cozinhado, lugares comuns e estereótipos usados inúmeras vezes antes que deixam um sabor a escrita requentada na boca. No entanto um grande homem não falha em reconhecer a excelência de alguém superior. E hoje venho efectivamente fazer um post construido sob algo que alguém disse antes.
Mas primeiro gostaria de explanar que já há algum tempo que pretendia fazer um post sobre o que são as qualidades de um homem (ou mulher) competente, seria uma definição enquadrada entre os moldes do homem renascentista e do cavaleiro arturiano, no entanto por esta e aquela razão nunca dediquei o tempo suficiente a desenvolver esta ideia e ainda bem. A citação que tive a ousadia de traduzir para português caiu-me á frente noutro dia e soube logo que dizia tudo o que eu queria dizer mas ainda melhor, sem mais demoras aqui está:

"Um ser humano deve ser capaz de mudar uma fralda, planear uma invasão, esquartejar um porco, navegar um barco, projectar um edifício, escrever um soneto, gerir as contas, construir uma parede, reduzir uma fractura, comfortar os moribundos, receber ordens, dar ordens, cooperar, agir só, resolver equações, analisar um problema novo, carregar estrume, programar um computador, cozinhar uma refeição deliciosa, lutar eficientemente, morrer galantemente. A especialização é para os insectos."

— Robert Heinlein, Time Enough for Love



terça-feira, dezembro 02, 2008

Bond, James Bond

Este fim de semana de semana vi o último filme do James Bond o "Quantum of Solace" e tendo em conta o anterior "Casino Royale" apenas posso dizer que o novo rumo tomado pelos filmes de Bond é uma decepção.
Começarei por dizer que quando era miúdo o meu herói nunca foi o homem-aranha nem o super-homem: ultra-força, lançar teias ou voar nunca foram coisas que me atraíssem por aí além. O meu herói era mesmo James Bond como quando era interpretado por Sean Connery esse ilustre senhor do cinema. Quem é que precisava de ter visão raio-x, viver numa caverna cagada de morcegos ou andar a voar com umas cuecas vermelhas vestidas por cima de uns collants quando se podia ter o carisma, a finesse e o estilo de um James Bond? O batman e o robin eram gays, o homem-aranha mantinha uma relação incestuosa com a sua tia-mãe, o super-homem era acanhado demais para ir ter com a Louis Lane apesar de passarem ambos noites em branco a pensar um no outro, e quanto ao hulk acho que nem preciso de dizer nada... O James Bond por outro lado era só facturar mulherio, entre espias, petite bourgeoises, assassinas e femmes fatales a lista nunca acabava. Ou seja sempre fui um entusiasta de Bond e um ávido critico das iterações da saga.
Agora estes últimos filmes com o Daniel Craig estão muito decepcionantes, um filme de Bond não é apenas mais filme de acção, é um filme que vive pela personagem de Bond, é a personalidade do agente secreto que torna a saga distinta das restantes resmas de filmes de acção.
Este Daniel Craig está muito mal caracterizado, uma pequena lista de defeitos seria:
- não fuma e raramente bebe, antigamente o Sean passava 50% do filme a fumar umas cigarradas ou com o copo do vodka-martini "shaken not stirred" na mão, raios partam o politicamente correcto.
- passa uma boa parte dos filmes em correrias e a saltar em cima de telhados a perseguir algum malfeitor, o Sean não precisava de se dar a estes trabalhos, ia por um atalho e apanhava o malfeitor quando este já estava cansado.
- factura com muita sorte apenas 2 Bond-girls por filme e até se apaixonou por uma delas e ficou com o coraçãozinho destroçado porque esta última o enganou....o Sean facturava dúzias delas por filme e sabia que não se podia apaixonar pois era bem provável estar a lidar com uma assassina a soldo do inimigo.
- ainda na questão do coraçãozinho destroçado, o Craig agora precisa que alguém o abrace e lhe diga para perdoar, que está tudo bem e que tudo vai correr bem, este panasca ficou sensivel e agora tem sentimentos....
- aproveita sempre que pode para tirar a camisa e mostrar os músculos, vê-se bem que prefere passar os tempos livres no ginásio rodeado de homens suados em vez de ir fazer alguma coisa saudável como ir pró casino fumar, beber, jogar e engatar uma gaija.
- o Daniel Craig é um gajo mal encarado mais adequado ao papel do mafioso que parte rótulas, está sempre com uma expressão que é uma misto de vontade iminente de defecar e de que alguém lhe deve dinheiro, o Sean Connery tinha sempre aquele meio sorriso que lhe dava uma ar sério e confiante mas também meio gozão.
- o Daniel Craig é rude e mal educado, prefere andar á porrada e ao tiro do que falar decentemente com quem quer que seja, o Sean tinha sempre aquela compostura inglesa e nunca era inconveniente nem para os vilões.

Pode haver quem goste, mas a mim não me convence, vou continuar a ver os filmes antigos enquanto não aparece melhor.